Olá a todes! Está inaugurado o EPHIS INDICA, uma série de posts periódicos que pretendem indicar a você, que nos segue aqui, trabalhos importantes que norteiam nossas atividades nessa edição do EPHIS‼️

Nossa primeira indicação é de uma obra clássica e, portanto, indispensável para os Estudos pós-coloniais: “Cultura e Imperialismo” do intelectual e ativista palestino Edward Said.

Publicado originalmente em 1993, a versão traduzida para o português chegou em terras brasileiras graças à editora Companhia das Letras, no ano de 2011. A obra mostra como as produções culturais de meados do século XIX ao início do XX foram imprescindíveis para a expansão e legitimação das ocupações imperiais euro-estadunidenses. Nas quatro partes que compõem o livro, Said se debruça nas obras de autores como Joseph Conrad, Verdi, Jane Austen e outros, apontando como essas produções fomentaram discursos e representações que operavam como justificativas e sustentáculos teóricos tanto para as ocupações e guerras perpetradas pelos Impérios ocidentais, quanto para as interferências estado-unidense no globo.

“Cultura e Imperialismo” demonstra como diversas culturas fabricaram impérios, mas também mostra como elas foram produtos do que Said nomeia de “Territórios sobrepostos, Histórias entrelaçadas”. Na visão do autor palestino, os processos de ocupação imperial transformaram tanto os territórios invadidos, quanto as potências europeias. Essa sobreposição assimétrica de territórios fez com que as histórias de várias sociedades se desenvolvessem de formas interdependentes. Nessas relações de interdependência, os mesmos caminhos que levavam mercadoria a migrantes estabeleceram pontes para intelectuais que lutaram contra os impérios na frente anti-colonial, como Franz Fanon, Amílcar Cabral e Ranajit Guha. No entanto, esses mesmos intelectuais são produtos dessa sobreposição, uma vez que estudaram nas metrópoles europeias ou ocuparam cargos nas administrações imperiais.

Mergulhando nas ambiguidades políticas do colonialismo e do pós-colonialismo, a obra de Said continua atual, reverberando-se nesse nosso tempo de Histórias entrelaçadas, que nos colocam em encruzilhadas.

E, aí, o que acharam? Já leram essa obra? Têm outras indicações? Deixem um comentário aqui para a gente!

Atenciosamente, 

a Comissão Organizadora do XII EPHIS

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