Divulgação dos Simpósios Temáticos do EPHIS

Muito aguardada, a lista dos simpósios temáticos já está disponível! Confira agora nossos STs, bem como seus coordenadores e seus breves resumos. Em breve abriremos as submissões de trabalho!

ST01 – A História das Américas através de narrativas: relatos, ficções, circulação e repercussões
Coordenação: Júlia Delage Gomes Sabino

A História do continente americano perpassa questões culturais, políticas, econômicas e sociais que se refletem nas narrativas construídas sobre suas territorialidades. Nesse sentido, a história da América e as produções literárias são um testemunho rico e diversificado das experiências humanas no continente. As possibilidades de uso das fontes literárias para pensar nos contextos das Américas é, até hoje, uma expressiva forma de pesquisa, refletindo nas narrativas construídas, nas circulações de ideias e as repercussões de obras produzidas sobre as Américas e por autores americanos. Nesse sentido, este simpósio tem como intuito trazer as mais diversas pesquisas para debate, pensando nas metodologias, análises e as construções possíveis, além de colocar à luz algumas contribuições para este campo de pesquisa.

ST02 – As recepções da Antiguidade em distintas temporalidades
Coordenação: Laís Pazzetti Machado

Toda a construção de subjetividade resultante da recepção de um passado acontece sob os termos de ambas as temporalidades. Isto é, o produto de tais relações responde, ao mesmo tempo, à constituição da fonte e seus elementos apreensíveis, e às necessidades e pré-compreensões do sujeito histórico receptor. Dessa forma, o contato de uma mesma fonte com temporalidades – ou Regimes de Historicidade – diferentes irá, necessariamente, produzir conhecimentos distintos. Deste ponto de vista, consideramos que os diálogos sobre recepção e usos do passado trazem uma riqueza de possibilidades para entender como se constrói o saber histórico, e não apenas pela análise dos discursos de épocas distantes entre si,, mas também entre épocas próximas. Assim, propomos que neste simpósio temático sejam discutidas as recepções e usos do passado relativos às Antiguidades, sejam elas europeias, africanas, asiáticas ou de outras partes do globo, de maneira a possibilitar uma troca de diálogos que evidenciem as dinâmicas da construção do saber histórico, em especial sobre os imaginários a respeito do passado e as circunstâncias políticas, culturais, econômicas, sociais, dentre outras, que contribuem para que eles sejam formados.

ST03 – Caminhos do lazer, práticas esportivas e do corpo: História, memórias e narrativas
Coordenação: Guilherme Carvalho vieira, Daniely Santos Costa, Sarah Carine Aragão, João Pedro Mota Salgado, Danilo da Silva Ramos

O presente Simpósio temático propõe um espaço de debate sobre os lazeres, os corpos e as práticas corporais e esportivas no domínio da história cultural ou social. O objetivo é reunir pesquisas com múltiplas ênfases: teórica, metodológica e epistemológica sobre os lazeres, as práticas corporais e esportivas, e em construções históricas do corpo, em suas variadas expressões e diálogos, com diferentes recortes temporais, territoriais e seus debates com as memórias, as representações e as narrativas. Buscamos discutir estas temáticas, ao considerarmos a relevância de tais objetos para compreender uma história dos lazeres, o desenvolvimento dos esportes e das concepções de corpo como locais privilegiados para refletir sobre múltiplos acontecimentos através do tempo. Destacamos que, a partir de tais objetos, perspectivas simbólicas podem lançar luz sobre questões contemporâneas, em seus aspectos culturais, sociais, políticos, econômicos, filosóficos e afins. Portanto, o simpósio visa integrar pesquisadores/as que apresentem os lazeres, as práticas corporais, esportivas e/ou o corpo como noções essenciais de estudo na investigação histórica. Ressaltamos a necessidade de incentivar a promoção desse compartilhamento, troca de conhecimentos, debates sobre conceitos teóricos, metodológicos e epistemológicos entre os/as pesquisadoras/es.

ST04 – Caminhos para a História da África: sujeitos, memórias, disputas e trajetórias
Coordenação: Maria Júlia Viana Matoso, Petrus Albino de Oliveira, Roberth Daylon dos Santos Freitas, Letícia Reis dos Santos, Jheniffer Caroline Oliveira Souza e Marcos Iago Siqueira Pereira.

“Caminhos para a História da África” é uma proposta de construção de espaço de discussão que visa tensionar as narrativas sobre sujeitos, territorialidades, disputas, memórias e trajetórias, assim como os desafios políticos e institucionais que permeiam a constituição do campo de História da África no Brasil. A pretensão é discutir as contribuições políticas, econômicas e socioculturais africanas e a complexidade de relações sociais, pensando o continente a partir das articulações entre diferentes territórios, da sua
História, como de suas conexões, circulações e intercâmbios. Convidamos comunicações que abordem as diversas estruturas políticas, sociais, econômicas, culturais e religiosas do continente africano e suas interações históricas com outras sociedades, além de propostas que reflitam sobre categorias como raça, classe e gênero, e a importância do ensino da História da África e suas diásporas. Em outras palavras, a justificativa deste simpósio é pautada na necessidade de complexificar a escrita da História e rejeitar a ideia de que distintas tradições intelectuais e seus sustentáculos podem ser submetidos à lógica da Razão eurocêntrica e encaixados em categorias “universais”.

ST05 – Caminhos, agentes e ideias de um lado ao outro do oceano: A constituição do mundo atlântico na modernidade
Coordenação: Gabriela Andrade MIlles do Carmo, Lucas Oliveira Ribeiro, Krislayne Mota Mendes, Millena Souza Farias, Luciano Cesar da Costa, Luis Henrique Souza dos Santos

Neste simpósio temático, buscamos evidenciar as conexões estabelecidas pelos indivíduos e pelas sociedades que conformaram o mundo atlântico entre os séculos XVI e XIX. Portanto, concebemos o oceano Atlântico como um espaço marcado por intercâmbios culturais, ecológicos, econômicos, políticos, científicos, religiosos e sociais entre os continentes africano, americano e europeu do final do século XV em diante. As informações circulam em amplas redes e conectam diversos tipos de agentes. Assim, pretendemos contribuir para o desenvolvimento da historiografia a partir do incentivo a discussões que ressaltem o dinamismo das relações sociais a partir do entrecruzamento de múltiplas experiências locais e atlânticas. Objetivamos reunir neste simpósio temático pesquisas que se alinhem à presente temática e que tenham como intuito analisar as interações econômicas, políticas, religiosas e sociais que orientaram as sociedades atlânticas entre os séculos XVI e XIX, apresentando, além disso, reflexões historiográficas contemporâneas sobre as investigações realizadas nesse campo.

ST06 – Civilização do Jornal: experiências de pesquisa em História Cultural da Imprensa Periódica (1850-1970)
Coordenação: Amanda Ribeiro Mafra Lima, Ana Paula Neves de Oliveira e Bruno Guaraldo de Paula Silveira

A História Cultural da Imprensa visa a compreender os ciclos de produção, circulação e recepção de ideias e informações através da imprensa periódica e seu impacto no público leitor, tanto no Brasil quanto internacionalmente, de modo que os caminhos possíveis de seu estudo se tornam múltiplos e diversos. Inscritos no contexto contemporâneo em que o impresso periódico cede espaço a novas mídias, meios de comunicação e formas de sociabilidade, nós, novos pesquisadores, emergimos com inúmeras inquietações, dilemas e escolhas particulares, que marcam nossas experiências historiográficas. Assim, este simpósio tem por objetivo propiciar um espaço de compartilhamento e discussão sobre diferentes experiências de pesquisa sobre a imprensa periódica entre 1850 e 1970. Abre-se espaço a apresentações de pesquisas, sob abordagem da História Cultural, com diferentes temas, fontes, recortes espaço-temporais, aportes teóricos, dando-se o enfoque no percurso da investigação: seus problemas, desafios, embates, soluções, escolhas e caminhos traçados, interrompidos e retraçados. Não excluindo a clássica exposição de levantamentos de dados, metodologias, hipóteses e resultados, pretendemos sobretudo estabelecer um diálogo sobre o próprio fazer historiográfico.

ST07 – Contra linguagem do colonizador: Uma história pós-colonial da interseccionalidade
Coordenação: kleanne Rocha Sartório, Hiasmin da SIlva do Espírito Santo

A linguagem é uma das estruturas coloniais, com forma definida, que tem apagado sistematicamente toda e qualquer pré-existência e identidade das colônias. Sendo um elemento de interseccionalidade e que estabelece uma conexão particular com o mundo e a representação, ou, um espectro desse mundo, no pensamento de Stuart Hall, falar é tornar consciente uma realidade. Nesse sentido, há caminhos em que a História pode oferecer uma linguagem de encruzilhadas que caminham no pós-colonial e na interseccionalidade, estando presente em historiadores que pensam as problemáticas da colonialidade e expandem as possibilidades da escrita histórica na medida em que as fontes possibilitam reescrever histórias não hegemônicas. A escrita, a linguagem, a palavra são mecanismos de poder que excluíram da oralidade, da memória e de outras fontes historiográficas, a sua significância. O objetivo dessa proposta é agrupar ideias que possam fortalecer esse horizonte político que se constitui da ausência das vozes que foram historicamente apagadas e reiterar a necessidade de descrevê-las.Ao trabalhar com a condição de subalternidade em um país que ignora sua parcela da população não-cristã, não hetero, não cis e outra série de nãos que fogem a normalidade do que foi estabelecido pelo padrão de pensamento eurocentrico e implementado pela branquitude, a interseccionalidade se torna uma ferramenta que nos agrupa na medida em que os desaparecidos, os não padrões e os pobres ficam no mesmo grupo de marginalizados.

ST08 – Corpos disciplinarizados e sujeitos invisibilizados na Ditadura Militar (1964-1985)
Coordenação: Alexandre Firmo dos Santos

A Ditadura Militar no Brasil foi um marco e deixou “marcas” nos corpos e nas memórias daqueles que cerraram fileiras durante a atuação dos movimentos de resistência. Nesse sentido, a historiografia sobre o tema, nesses últimos anos, nos ajudou a desvelar diversas operações militares e experiências traumáticas que acometeram pessoas de classes e funções sociais distintas mediante a perscrutação dos relatórios, fichas, obras de memória e outros documentos afins. As “marcas” deixadas nos corpos é parte da disciplinarização que, por sua vez, compreende uma técnica do exercício de poder em que pode ser observada nos mais variados espaços (médicos, escolares, prisionais, institucionais) e, sendo assim, a ideia de controle das ações de outrem não opera apenas pela consciência ou ideologia, mas se inicia no corpo. Assim sendo, são bem-vindas pesquisas que visam contribuir com perspectivas e abordagens diferentes, novas análises documentais que renovem os horizontes historiográficos ou, ainda, aprofundem os debates já engendrados em torno do regime militar e os seus desdobramentos. Portanto, esse simpósio também almeja abrigar trabalhos reflexivos sobre sujeitos, grupos minoritários na historiografia, memorialística, diferentes formas de resistências e assuntos afins.

ST09 – Ditaduras e pós-ditaduras no Cone Sul: história, memória e representações da violência
Coordenação: Caroline Rios, Dirson Fontes, Iasmin gomes, Isadora Gomes, Samuel Bueno

Neste ano, estamos presenciando efemérides relativas aos regimes ditatoriais e às transições democráticas no Cone Sul latino-americano. Sendo assim, trata-se de um momento bastante profícuo para se revisitar esses períodos, tão cruciais para a compreensão da história contemporânea e do presente da região. Essas recentes ditaduras se expressam, sinteticamente, em duas dimensões. Em primeiro lugar, elas constituem um “passado que não passa”, uma vez que deixaram rastros danosos em âmbitos diversos. E em segundo, o quê (e como) se deve lembrar (ou esquecer) sobre tais processos. Portanto, a construção dessa memória é caracterizada por disputas que envolvem múltiplos atores: Estado, os sobreviventes, os familiares de mortos e desaparecidos, organizações de direitos humanos, os grupos militares, os perpetradores, os colaboracionistas e a própria sociedade civil em geral. Esse simpósio temático, então, almeja contribuir para a reflexão crítica dessas experiências históricas contemplando dimensões plurais, reunindo investigações a respeito dessas ditaduras e dos seus efeitos a partir da exploração de perspectivas consolidadas e emergentes. Dessa maneira, os debates fomentados por esse simpósio serão enriquecidos através de trabalhos que tratam das seguintes facetas: a formação e a atuação dos órgãos repressivos; grupos e indivíduos que apoiaram direta ou indiretamente os regimes autoritários; a especificidade das perseguições exercidas longe dos grandes centros urbanos e a sofrida por mulheres, pela população LGBTQIAP+, pelos povos
originários, pela comunidade negra e pelos trabalhadores; a criação de políticas de reparação; a dimensão cotidiana das ditaduras; os testemunhos, obras literárias, imagéticas e audiovisuais que tematizam tais períodos.

ST10 – Escravidão, liberdade e dinâmicas de mestiçagens na Ibero-América (séculos XV-XIX)
Coordenação: Aline Pereira Rocha, Antonio Gabriel Ferreira e Barros, Eduardo Rodrigues e Petros José da Rocha Brandão

Este simpósio busca reunir trabalhos sobre a escravidão e as mestiçagens na Ibero-América. Ao longo das últimas décadas, a historiografia tem debatido a diversidade de experiências da escravidão e da liberdade. Com o propósito de abordar um passado escravista mais complexo, foram realizados estudos a respeito do cotidiano, das práticas associativas, da formação de famílias escravas, das formas de conquista da alforria e dos seus significados. Em vista disso, o recurso metodológico das histórias comparadas e conectadas têm se mostrado bastante úteis para essas investigações. Serão acolhidos trabalhos que explorem os diversos aspectos do sistema e do cotidiano escravista, as dinâmicas de mestiçagens e a historiografia sobre esses temas.

ST11 – Gênero, poder e discurso: da Antiguidade ao Renascimento
Coordenação: Aieska Pandolfi Monfardini

A História da Mulher e a História de Gênero apenas tiveram seus espaços firmados na Academia após a segunda metade do século XX, com a segunda onda do feminismo na década de 1960. A abordagem do conceito de gênero de Judith Butler apresenta a possibilidade de analisar o queenship através do que é esperado da performance do gênero feminino. Para Butler, o indivíduo ao nascer recebe para si uma categoria para performance, seja ela homem ou mulher. Dentro dessa categoria haveriam certos comportamentos os quais a pessoa deve desempenhar. Nesse sentido, entendemos que o conceito da filósofa nos ajudaria a entender como a rainha deve se portar e como ela é retratada partindo do fato dela ser mulher. Dessa, forma o quarteto conceitual “queenship-poder-discurso-gênero” ajuda a compor o aporte teórico de nossa pesquisa. Para Foucault, o poder deve ser visto como algo que funciona em rede, fazendo do individuo aquele que ao mesmo tempo que o exerce, também sofra suas ações. O discurso perpassa pelo poder, posto que em toda sociedade o discurso controlado, selecionado, organizado e redistribuído por certo número de procedimentos que têm função de conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade. Além disso, Foucault aponta o discurso como uma construção coletiva e histórica, sendo enfatizado ou desbancado com análise e, até mesmo, com o tempo. Nosso objetivo é analisar como tais categorias se desdobram ao longo da História, tendo como período base da Antiguidade ao Renascimento, destacando seus relevos e suas mudanças com o passar do tempo, a fim de ter um melhor panorama da História.

ST12 – História da Educação: Temas, problemas e metodologias
Coordenação: Carolina Giovannetti, Camila Cristina Azevedo Castro Teixeira

Este Simpósio Temático tem o objetivo de estabelecer discussões de pesquisas, já realizadas ou em andamento, relacionadas à trajetória histórica das questões educacionais, explorando temáticas e desafios metodológicos no campo da História da Educação. Pretende-se vislumbrar os aspectos políticos, sociais e culturais sob a perspectiva da Educação que permearam conjuntamente a sociedade em determinado período. Para uma compreensão aprofundada da realidade educacional, é essencial apropriar-se da História da Educação como campo de pesquisa, para fins de analisar as mudanças, as permanências e as rupturas que ocorrem nas sociedades ao longo do tempo. A educação não se restringe ao seu aspecto escolarizante, ao contrário, historicamente diversas práticas educativas são produzidas independentemente da existência de escolas ou sistemas escolares. Neste aspecto, investigar os valores e práticas educacionais de diferentes grupos sociais pode revelar não apenas aspectos sobre a formação dos sujeitos, mas sobre a própria cultura e a sociedade em que estão inseridos. Se por um lado há o protagonismo de grupos dominantes, de uma elite econômica e/ou letrada, também pretendemos discutir pesquisas que coadunem com a diversidade de experiências educacionais não
somente nos espaços escolares, na intenção de apresentar outros cenários e contribuir com o desenvolvimento da pesquisa em História da Educação.

ST13 – História das mulheres e relações de gênero: desafios e possibilidades.
Coordenação: Franciele Teixeira Vidal, Stefany Reis Marquioli

Nos últimos anos, temos percebido um avanço da extrema direita e do conservadorismo no Brasil, agravando as práticas de violência e opressão contra as mulheres. Nesse cenário, as mulheres enfrentam uma série de desafios em diversos espaços, entre eles o político e privado. Com isso, este Simpósio Temático (ST) busca reunir pesquisas, ações e relatos de experiências que dialogam sobre questões
relativas ao campo da história das mulheres e das relações de gênero, como violências, sexualidade, feminismos, protagonismo, resistências e desigualdades. São bem-vindos estudos que questionem o papel das mulheres na sociedade, a representação da figura feminina, os movimentos feministas, trajetória de mulheres, as mulheres na historiografia brasileira e a pluralidade das mulheres. No campo metodológico, o presente ST abrange múltiplas abordagens, a fim de fomentar o debate acerca da atuação das mulheres, em diferentes formas e contextos, ao longo da história. Pretendemos fomentar debates em torno desta temática, buscando itinerâncias nos saberes e caminhos para a história.

ST14 – História e Direito à Cidade: subúrbios, favelas e periferias do Brasil
Coordenação: Gabrielle Reginatto do Carmo, Vitor Guilherme Gonçalves Bispo de Almeida, Rachel Gomes de Lima, Rafael Mattoso

A presente proposta de Simpósio Temático tem como objetivo promover debates que ampliem as questões entorno do direito à cidade, partindo das perspectivas históricas, sociais e culturais de estudos sobre subúrbios, favelas e periferias. Assim, busca-se compreender a grande diversidade cultural, geográfica e social da composição desses espaços e de seus territórios. Partindo deste princípio, daremos ênfase às pesquisas no campo da História Urbana, da História Regional e da História do Lugar, particularmente tendo como foco os subúrbios, periferias e favelas, dando ênfase aos estudos de caso e discussões conceituais sobre tais espaços. Desta forma, acreditamos poder contribuir com a promoção de estudos sobre experiências e vivências das cidades para além de seus centros de poder econômico e cultural, ampliando olhares sobre os diferentes espaços e territórios que compõem os centros urbanos.
Pretende-se estreitar diálogos entre pesquisas acadêmicas, a história pública e os trabalhos dos coletivos suburbanos, periféricos e favelados, pois acreditamos ser primordial o diálogo com vozes que promovem pesquisas sobre esses locais, acreditando que tais debates têm se mostrado importantes na formação da consciência e identidade de indivíduos e coletivos atuantes nesses espaços e territórios.

ST15 – História Social dos desastres
Coordenação: Janille Campos Maia, Leda Agnes Simões de Melo

Marcados no tempo e no espaço, os desastres naturais revelam situações críticas anteriores ao acontecimento, esse contexto oferece inúmeras possibilidades de pesquisa e permite conhecer os condicionantes para que tal evento tivesse ocorrido e tomado determinada proporção. A disciplina da História é desafiada a pensar a relação ser humano e meio ambiente ao colocar a natureza não como mero cenário, mas como coautora das experiências sociais. Somos convidados a refletir a ideia e o conceito de natureza, descolonizar o olhar e analisá-la a partir de outras perspectivas, outros saberes e cosmovisões que vão além do mundo moderno ocidental. Problematizar os desastres ambientais como consequências amplas de fundo político e econômico, é também repensar como entende-se a natureza e como os seus recursos naturais são apropriados. Para isso, torna-se fundamental questionar o papel central dado aos modelos de modernidade, progresso e desenvolvimento que revelam os campos de disputas existentes em torno dos territórios e afetam de maneira intrínseca o meio ambiente e as populações locais. Acreditamos que as formas de dominação da natureza, ao longo de diferentes contextos históricos, geraram consequências de longa duração em diversas sociedades, ao causar impactos ambientais, por vezes, sem precedentes. Através de lentes da Geografia, História, Ciências Sociais, Economia entre outras disciplinas, é possível obter uma análise abrangente de uma situação complexa. Entendendo as calamidades ambientais como fio condutor, é objetivo deste simpósio aprofundar o debate sobre trabalhos que envolvam a temática, principalmente no que diz respeito aos casos que envolvem secas, enchentes, epidemias e a fome entre os séculos XIX e XX no Brasil. Portanto, serão aceitos os trabalhos que problematizem o impacto dos desastres ambientais na sociedade brasileira, considerando o amplo contexto político, social e econômico que serve de pano de fundo para as calamidades.

ST16 – Ideias em trânsito: História Intelectual, História das Ideias e História dos Conceitos.
Coordenação: Douglas de Freitas Pereira, Thiago Henrique Oliveira Prates, Igor Tadeu Camilo Rocha

O conhecimento histórico não possui um método próprio e seus diálogos com outras áreas permitem diversas abordagens. Entre as áreas mais consolidadas está a História Intelectual que se concentra na análise das trajetórias e produções de indivíduos ou grupos que se dedicaram à produção de discursos e artefatos culturais, buscando compreender as relações entre suas obras, seus contextos sociais e políticos, bem como as correntes de pensamento de sua época. Este campo abrange também a História das Ideias, voltada para o estudo das ideias propriamente ditas, investigando suas origens, desdobramentos e transformações ao longo do tempo, independentemente de seus autores ou contextos específicos. Há, ainda, a História dos Conceitos que se dedica à análise da evolução dos conceitos ao longo do tempo em busca dos significados, usos e modificações dos mesmos em diferentes contextos históricos e sociais. Embora a História Intelectual possa abranger como campo as outras duas, cada uma dessas áreas possui seus próprios objetivos e métodos, mas também se complementam e dialogam entre si, oferecendo diferentes lentes para a compreensão do passado. Assim, este simpósio abre espaço para trabalhos que se encaixem em alguma das abordagens mencionadas. Serão bem-vindas reflexões que se dediquem ao estudo dos intelectuais e as suas trajetórias, das ideias políticas, do pensamento econômico, das correntes artísticas e literárias, o intercâmbio intelectual e toda a gama de possibilidades contempladas pela área. Serão aceitos trabalhos dedicados a temáticas referentes à História Intelectual, das Ideias e dos Conceitos e os diversos temas englobados neste recorte.

ST17 – Memória e Popularizações da História: Disputas e Usos do Passado
Coordenação: Larissa Vitória Ivo, Riler Barbosa Scarpati, Pedro Henrique Batistella, Edilan Martins de Oliveira, Marcelo Felício Martins Pinto

Este Simpósio Temático é dedicado às discussões sobre a memória, o patrimônio e as comemorações nas suas dimensões epistemológicas e teórico-metodológicas. Buscamos reunir trabalhos que tematizam as relações de poder e representação do passado que se manifestam em discursos de memória, espaços museais e patrimoniais e ritualizações comemorativas, de modo a questionar
determinados cânones narrativos excludentes. São bem-vindas abordagens que analisem disputas de memória política, passados sensíveis, memórias entrelaçadas, políticas do tempo e da memória, disputas em torno dos lugares de memória, conflitos em torno de datas nacionais e sensíveis, celebrações, festas e ritualização em torno de acontecimentos e personagens históricos. Objetiva-se repensar as formas, as escalas, a duração e a espacialização dos jogos de poder que instituem as relações sociais e os processos de subjetivação que envolvem a gestão da lembrança e do esquecimento. Nesse sentido, este simpósio pretende reunir trabalhos frutos de pesquisas que exploram fontes, temáticas e abordagens teórico-metodológicas diversas que discutam a história e a historiografia interessada na problemática da memória, nas relações de poder/submissão/subversão nos usos políticos do passado; a gestão de espaços patrimoniais e de ritualizações da memória, a construção de racionalidades, os afetos e as sensibilidades, a alteridade e as subjetividades envolvidas no ato de lembrar e esquecer; questões epistemológicas relacionadas às tênues fronteiras entre memória e história e ao próprio estatuto do conhecimento histórico, em suas diversas orientações teóricas.

ST18 – Palavras que perduram: reflexões entre o histórico e o literário
Coordenação: Amanda Ribeiro dos Santos, Andrezza Alves Veloso, Mateus Roque da Silva e Pedro Moretto Scudeller

O simpósio tem como objetivo promover o diálogo entre pesquisadores que se dedicam ao estudo das interações entre História e Literatura, explorando diversas abordagens teórico-metodológicas que abrangem a convergência dessas áreas. Além disso, busca-se analisar as obras literárias como expressões ficcionais da vida social, em constante interação com o contexto social, uma vez que as afinidades entre História e Literatura possibilitam uma abordagem teórico-metodológica consistente no campo literário. As propostas de apresentação devem abordar pelo menos uma das seguintes questões: o uso da Literatura como fonte histórica, a história intelectual e dos intelectuais, os escritos (auto)biográficos como gênero de discurso e no estudo de trajetórias, a relação com o passado através de fontes literárias em seus contextos sociopolíticos ou culturais, e os usos políticos do passado nas produções literárias. Dessa
forma, trabalhos que explorem essas temáticas, bem como a cultura letrada, (auto)biografias, o uso de textos literários no ensino de história e outras abordagens que enfatizem as interações entre o fictício e o histórico são bem-vindos neste espaço de discussão, dada a natureza interdisciplinar inerente a esse tipo de investigação, que acolhe pesquisadores de diversas áreas do conhecimento humano e social.

ST19 – Políticas de e para a cultura na América Latina: Memória, História e experiências
Coordenação: Anderson Albérico de Souza Ferreira, Karen Kristien Silva dos Santos

O estudo das políticas culturais é um fenômeno recente, que surge a partir da efervescência dos debates nas cúpulas intergovernamentais entre as décadas de 1970 e 1980. Estes diálogos, protagonizados pela UNESCO, almejavam a criação de uma agenda técnica e política alinhadas entre os países membros, uma vez que a centralidade e a potencialidade da cultura enquanto ferramenta de desenvolvimento estava cada vez mais evidente. O que podemos chamar de “estudos sobre políticas culturais” se
desenvolveu em meio ao eco de várias vozes e perspectivas teórico-epistemológicas e sociais. Compreendendo que a ação política no campo da cultura se divide em dois momentos, distinguidos tanto quanto ao seu modelo como aos seu paradigmas de ação, e busca-se estudos interdisciplinares sobre as políticas de e para cultura, arte e patrimônio, desenvolvidas no âmbito da América-Latina (países, estados, municípios, blocos econômicos e de cooperação internacional), que dialoguem com os domínios, metodologias e manejo de fontes do campo da História. Agregam-se ao Simpósio Temático estudos e análises a partir da memória, discurso e da narrativa de agentes e indivíduos partícipes dessas ações e políticas; Estudos sobre e a partir de documentos oficiais (marco regulatórios, legislações e etc.); Análises sobre poder no contexto das políticas e da gestão em cultura, com foco nas possibilidades e formas de estruturação; Estudos sobre os processos de tomada de decisão; Pesquisas sobre elites e instituições; Análises sobre a incidência da representatividade nas políticas públicas; Estudos sobre o papel do campo das ideias como fator fundamental para o
desenvolvimento das políticas culturais; Análises sobre experiências de gestões e políticas para as artes, patrimônio e cultura em instâncias locais e nacionais; e Estudos relacionando a biografia de gestores às políticas culturais desenvolvidas.

ST20 – Por uma História social das religiões: o modus cristão entre África, América e Europa( séc. XVI-XX)
Coordenação: Gyovana de Almeida Félix Machado, Ana Amélia Gimenez Dias, Wedster Felipe Martins Sabino, Rafael Machado Santana, Gabriel Cardoso Bom

Ao longo das últimas décadas, na historiografia, tem sido percebido um movimento de retorno à observação de agentes e instituições a fim de superar alguns paradigmas, entre eles, a homogeneização categórica alimentada pelo entrave no que tange ao vocabulário religioso e a separação entre Igreja e Estado na ordem liberal dos séculos XIX e XX, que se projeta, até mesmo, para a época moderna.
Essa nova tendência historiográfica, nascida do pensamento crítico, pode ser verificada no intento metodológico que cruza as experiências religiosas nos quadros mais amplos da economia e política, desde os contextos coloniais, até às experiências de uma sociedade civil, propriamente dita, nos termos marxistas e weberianos que apontam para as relações sociais e demais organizações que caracterizam esse conceito. Dessa maneira, compreendemos que o tempo histórico, em correlação com a agência dos
seus indivíduos, produz uma série de experiências capaz de abrir o horizonte para uma nova forma de se enxergar o homem no tempo e, por isso, o apelo a uma História social da religião, capaz de identificar as agências de sujeitos do clero e da Igreja, seus aparatos institucionais e itinerância, atribuídos ao seu próprio tempo, nas categorias sociopolíticas e econômicas. Dessa maneira, buscamos receber trabalhos que abordem esse olhar cruzado em uma categoria ampla para complexificar a atuação da Igreja e a experiência de seus agentes, bem como das ordens religiosas e o apelo protestante desde o período colonial até o final do século XX com a ebulição dos conflitos — bélicos ou não — entre nações. Sob esse amplo quadro, serão bem-vindos neste Simpósio Temático trabalhos que abordem períodos históricos distintos contanto que centralizem suas análises na circulação dos sujeitos, ofícios, instituições, comunicações políticas, e práticas sociais de um modo mais geral que foram atravessadas pela atuação tanto da Igreja, quanto dos seus agentes — padres, capelães, vigários, párocos, bispos, entre outros — e, em linhas gerais, o seu modo de operação na História.

ST21 – Relações entre Estado, Sociedade e Cultura no Brasil: do século XVI ao século XIX
Coordenação: Fábio André da Silva Moraes, Júlia de Cássia Silva Cassão

Compreender historicamente as relações entre Estado, Sociedade e Cultura na longa duração da nossa formação nacional, impõe-nos enfrentar não apenas diversos contextos históricos em âmbito global e local, mas também um conjunto complexo e fértil de arranjos sociais e soluções políticas que nos legaram o surgimento e a construção de diversos hábitos, instituições, teorias e culturas políticas. A
historiografia brasileira, desde pelo menos os anos 1990, passou por uma viragem teórica e metodológica, abrindo-se, portanto, a um leque de possibilidades na qual esteve disposta a passar a limpo correntes de pensamento atreladas a uma perspectiva tida por “tradicional”. Este Simpósio tem como objetivo o compartilhamento de pesquisas que lidam com o recorte espaço-temporal do Brasil entre os séculos XVI e XIX, isto é, no longo caminho que perpassa a América Portuguesa e o Império; acolhendo, sobretudo, propostas que relacionem Estado, Política e Sociedade, em um sentido amplo, bem como os seus projetos em disputa neste território. Dessa forma, serão bem-vindas pesquisas em diferentes estágios (inicial, parcial ou concluída) que tratem de questões como a noção de bom governo e seu desgoverno, venalidade e ilicitudes, escravidão moderna, religiosidades, práticas culturais, construção e consolidação do Estado-nação, direito, legislação e sua transgressão, redes clientelares, dentre outros objetos que possibilitem a observação mais atenta do singular Brasil que emergiu entre a Modernidade e o alvorecer da Contemporaneidade.

ST22 – Saúde e Doença na História: entre Ciência, Tecnologia e Sociedade
Coordenação: Polyana Aparecida Valente, Huener Silva Gonçalves, Ana Carolina Rezende Fonseca, Luana Fonseca da Silva Rocha

Tensão que aflige a humanidade desde os seus primórdios, a relação saúde-doença tem chamado a atenção dos historiadores, cientistas sociais, antropólogos e outras ciências humanas como objeto de pesquisa, desde a segunda metade do século XX. O diálogo interdisciplinar entre ciências humanas e da saúde, proporcionado pela temática, tem possibilitado aos historiadores alcançarem a compreensão de como se configuraram saberes, conhecimentos e tecnologias em redes de atores e seus impactos em sociedades de épocas e espaços diversos. O presente simpósio objetiva reunir trabalhos que abordam questões relacionadas ao papel do cientista, enquanto agência na estabilização dos conhecimento em torno da doença, pensada como fato científico, e na elaboração de pautas de políticas de saúde pública; da ciência nas pretensões geopolíticas; os processos de produção e apropriação do conhecimento científico; entre outros. Percursos de pesquisa que priorizem o exame da relação saúde-doença e sua articulação com as narrativas de doentes, médicos e outros atores sociais, e a construção de subjetividades em espaços tradicionais e alternativos da saúde, estudos sobre a institucionalização de práticas e conhecimentos no campo (bio)médico, bem como discussões sobre a relação medicina, ciência, tecnologia, saúde pública, gênero e sociedade também fazem parte do escopo desse simpósio. Além disso, são bem-vindos debates sobre as relações público e privado, coletivo e individual nas práticas e experiências de saúde e doença.

Atensiosamente,

a Comissão Organizadora do XII EPHIS

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