Confira agora os Minicursos Presenciais do XII EPHIS

Olá a todes! Hoje estamos passando para divulgar a lista dos minicursos presenciais que ocorrerão no XII EPHIS e seu breve resumo. Todos eles serão ministrados na FaFiCH entre os dias 15/10 e 18/10 no turno da manhã.

Nos próximos dias, o quadro de horários será disponibilizado e as inscrições serão abertas! Fique de olho!

MC01 – O Terror como fonte: leitura e comentário dos manifestos de Tarrant e Suzano, e suas possibilidades na pesquisa
Ministrantes: Luiz Felipe Anchieta Guerra
Data: Quinta-feira e sexta-feira, entre 8:00 e 12:00

Em julho de 2011, Anders Breivik matou 77 pessoas durante uma colônia de férias do Partido Trabalhista da Noruega, ele disse que o objetivo do ataque era salvar a Europa Ocidental de uma tomada de poder muçulmana. Três meses antes, Wellington de Oliveira matou 12 alunos do ensino fundamental em Realengo, no Rio de Janeiro. Em comum, ambos os terroristas deixaram escritos para serem lidos. Na forma de manifestos ou testamentos, essas produções autografas são, frequentemente, alvo de atenção jornalística e sensacionalismo midiático, com manchetes como: “Polícia acha escritos do Satanismo em caderno de assassino de Suzano”. Já o interesse acadêmico por essas fontes, embora presente, é, definitivamente, mais restrito. A dificuldade acessar alguns desses escritos na íntegra, somada ao peso e estigma que os cercam, contribuem para essa situação. Apesar disso, é inegável que tais textos podem ser ricas fontes para pesquisa, e que possuem alto valor para se compreender alguns aspectos dos movimentos que classificamos hoje como parte das Novas Direitas. Através deles é possível acessar perspectivas únicas das ideias e ideologias que fundamentam o neonazismo, a cultura incel, e a intolerância, e que resultam em atos de terror, extermínio e feminicídio. Este minicurso visa introduzir brevemente os participantes ao campo dos “estudos estratégicos”, e apresentar os manifestos e escritos de terroristas como fontes. Em seguida faremos a leitura de dois desses textos: o testamento de Realengo e “The Great Replacement” o manifesto de Brenton Tarrant, interseccionalisada por excertos dos diários de Suzano e do manifesto de Breivik. O objetivo aqui é mostrar como esses textos podem ser utilizados academicamente de forma efetiva e ética, discutindo os principais aspectos teóricos e metodológicos, além das suas perspectivas de estudos.

MC02 – Explorando a História dos Livros e das Edições: metodologias e práticas de pesquisa
Ministrantes: Andrezza Alves Velloso
Data: Terça-feira e quarta-feira, entre 8:00 e 12:00

Ao examinar o processo de produção, circulação e recepção de textos, a História dos Livros explora como os impressos influenciaram a formação de identidades coletivas, o desenvolvimento de instituições e a disseminação de conhecimentos. Em diálogo constante com outras disciplinas, como a história cultural, social e econômica, esta área de estudo busca revelar as dinâmicas de poder, os mecanismos de controle e as estratégias de resistência que moldaram a trajetória dos livros e das edições. O presente minicurso propõe uma imersão na metodologia da História dos Livros e das Edições a fim de explorar como a análise dos livros e das edições pode enriquecer a compreensão dos contextos históricos, culturais e sociais a partir da mobilização de abordagens e conceitos que exploram a “materialidade” do livro, as redes intelectuais e atores que mapeiam o percurso do livro, e o impacto que os livros e impressos provocam no meio onde estão inseridos – moldando a sociedade e sendo, por esta, moldados de forma simultânea. Durante o minicurso, serão abordadas as potencialidades dessas metodologias, demonstrando como elas podem revelar novas perspectivas e informações em diversas linhas de investigação histórica. A parte prática do minicurso envolverá a análise de pesquisas que mobilizaram diferentes tipos de produtos impressos. Também exploraremos técnicas para interpretar dados contextuais e históricos, considerando o impacto das políticas editoriais e das condições de produção sobre o conteúdo dos impressos. Utilizando exemplos concretos de fontes primárias e estudos de caso, discutiremos as etapas necessárias para uma investigação detalhada desses materiais. Ao final, espera-se que os participantes adquiram um conhecimento aprofundado sobre como aplicar essas metodologias em suas próprias pesquisas, capacitando-os a utilizar a História dos Livros e das Edições para não apenas enriquecer seus estudos, mas também para expandir as fronteiras da historiografia contemporânea.

MC03 – Memórias, lugares e cosmologias: metodologias multidisciplinares para a pesquisa em territórios coletivos
Ministrantes: Debora Raiza Carolina Rocha Silva, Isabela Fernanda Gomes Oliveira e Nicole Faria Batista
Data: Quarta-feira, entre às 8:00 e 12:00

Este minicurso oferece uma abordagem multidisciplinar e participativa para a pesquisa em ciências humanas, buscando confluir metodologias da História, Geografia e Antropologia para a pesquisa com interlocutores e grupos situados em territórios coletivos. Com ênfase especial na pesquisa com comunidades tradicionais (se estendendo ainda para pesquisa com outros tipos de coletivos, como movimentos sociais, contextos educacionais, detentores do patrimônio cultural, etc), o objetivo é refletir e oferecer recursos para uma abordagem ampla de contextos socioespaciais, históricos e culturais diversos, estudados seja na pesquisa acadêmica, seja na elaboração de políticas públicas, projetos culturais, análise de impactos socioculturais etc. Partindo da metodologia de cartografia cultural participativa, pretendemos descrever maneiras de aliá-la a técnicas consolidadas da História e Antropologia como história oral, etnografia, pesquisa em arquivo, análise de imagens, dentre outras, refletindo acerca do papel dos interlocutores na construção do conhecimento. Compreende-se que, em contextos coletivos, muitas vezes permeados por conflitos e pautas sensíveis, abordagens multidisciplinares e participativas são premissas fundamentais para a construção do conhecimento e valorização identitária.

MC04 – História das artes plásticas e da filosofia no Brasil: intersecções entre Hélio Oiticica e Nietzsche
Ministrantes: Paula de Souza Ribeiro Detoni e Piero di Cristo Carvalho Detoni
Data: Quarta-feira e quinta-feira, entre 10:00 e 12:00

O minicurso se propõe a apresentar às comunidades historiadoras a obra e as expressões artísticas criadas por Hélio Oiticica. O artista é mais conhecido entre os públicos e estudiosos das artes plásticas e da filosofia. O intuito do minicurso é oferecer instrumentos heurísticos e modos de fazer história, sendo exploradas as noções de recepção, leitura e apropriação, além de intersecção, transdisciplinaridade e transversalidade dos conhecimentos e dos fazeres artísticos e filosóficos. Por fim, destacaremos modos de expressão de um filosofar não propriamente brasileiro, mas realizado no Brasil, sendo o caso de Hélio Oiticica o explorado por este minicurso. Os objetivos desse minicurso são: apresentar dados e discussões referentes à recepção da obra do filósofo alemão Friedrich Nietzsche no Brasil, em que se destacam as perspectivas interseccionais entre a obra de Hélio Oiticica e esta filosofia nas décadas de 1960 e 1970; abordar a obra do anarquista José Oiticica, avó de Hélio Oiticica; apontar aspectos histórico-contextuais e estético-performativos referentes ao campo artístico que enredou o artista Hélio Oiticica. Assim, a partir deste movimento de análise, verificaremos como a obra Nietzsche foi apropriado por seus projetos; discutir, junto ao público, a circulação e a recepção das obras de Hélio Oiticica, tendo em vista o desenvolvimento de intersecções entre as linguagens artísticas e filosóficas, sobretudo, no que diz respeito à constituição dos movimentos concretista e tropicália.

MC05 – Os intelectuais e a recepção da Revolução Argelina no Brasil: responsabilidade, luta e engajamento político
Ministrantes: Daiani Barbosa
Data: Terça-feira e quarta-feira, entre 8:00 e 11:00

Este minicurso apresenta uma análise do papel dos intelectuais no engajamento, crítica e recepção do movimento de libertação nacional argelino no Brasil entre 1956, dois anos após o início da revolução, e 1962, quando a Argélia se torna independente. Através da análise de periódicos e de livros publicados no período, percebemos as diversas perspectivas debatidas pelos intelectuais engajados na causa anticolonial e anti-imperialista. Nesse sentido, buscamos demonstrar de que maneira as implicações da Revolução Argelina os influenciou a refletirem sobre contextos sociais propícios ou não para o estabelecimento da democracia. Pretendemos compreender o papel dos intelectuais na opinião pública e na proposição de uma ação política inspirada nos ideais revolucionários e motivada pela circulação transnacional de ideias. Sendo assim, este minicurso justifica-se pela importância do debate acerca da influência das lutas anticoloniais em África nos periódicos em um contexto de disputas para a consolidação de uma identidade nacional brasileira, além de apresentar um exercício de articulação metodológica para a análise de periódicos em diálogo com a História Intelectual e Política.

MC06 – Mulheres colaboradoras dos golpes e das ditaduras no Brasil e no Chile
Ministrantes: Iasmin do Prado Gomes, Caroline Lopes Oliveira e Samuel Torres Bueno
Data: Quarta-feira e quinta-feira, entre 9:00 e 11:00

As ditaduras de segurança nacional implementadas no Chile (1973-1990) e no Brasil (1964-1985) foram marcadas por sistemáticas violações de direitos humanos e por transições à democracia altamente negociadas. Assim, observamos rastros danosos desses regimes até a atualidade. Desde o início, ambos os regimes contaram com um amplo escopo de civis comprometidos com ideais conservadores e anticomunistas. No bojo destas discussões, este minicurso propõe examinar a colaboração de mulheres em ambos os contextos. Desta maneira, almejamos compreender as intricadas facetas éticas, políticas e historiográficas relativas à cooptação de civis às ditaduras no Chile e no Brasil, sobretudo no que tange à participação de mulheres. Tal abordagem visa desconstruir a ideia de que as mulheres conservadoras e das direitas são unicamente submissas e vítimas do patriarcado, atribuindo maior complexidade às suas atuações e ao cenário político.

MC07 – Adversidades e sucessos na produção de fontes de História Oral em locais de memória: Um estudo de caso no Bicentenário da Independência em São Paulo
Ministrantes: Giulia Kasper e David Ribeiro
Data: Terça-feira,entre 8:00 e 12:00

O propósito deste minicurso é discutir a experiência de produção de fontes de história oral em locais de memória, abordando as dificuldades e os benefícios oriundos desse processo. Partiremos da discussão da experiência base dos dois ministrantes, que realizaram trabalho de coleta de entrevistas no Parque do Ipiranga, em São Paulo, na comemoração do bicentenário da Independência. Os registros feitos mostram entrevistas realizadas com diferentes visitantes do monumento, com suas motivações, sonhos, aspirações e ideias sobre o evento presenciado, além de filmagens das intervenções artísticas realizadas no evento. Procuramos compartilhar com colegas e ouvintes como planejamentos, organizações e estratégias compreendidas dentro do cânone da História Oral podem ser exploradas dentro do Brasil contemporâneo e aplicadas por jovens historiadores. O minicurso irá criar uma intersecção entre teoria e prática – através de exposições do material coletado e discussões bibliográficas – da experiência de coleta de fontes orais, bem como demonstrar as dificuldades e burocracias desse processo. Além disso, vamos explorar o papel da memória coletiva na formação da identidade nacional, considerando como as narrativas orais contribuem para a compreensão e a preservação do patrimônio histórico-cultural de um país. Analisaremos como essas histórias revelam e influenciam a percepção pública sobre eventos históricos e espaços de memória, destacando a importância de ampliar e diversificar as fontes de pesquisa histórica. Ao examinar esse aspecto, pretendemos fomentar reflexões sobre a construção e a transmissão do conhecimento histórico, bem como sobre os desafios enfrentados pelos pesquisadores ao lidar com narrativas subjetivas e múltiplas interpretações dos eventos passados. Por fim, ambicionamos entender que país é este que está no ideário dos nossos compatriotas, tão distinto do da academia, mas influenciado pelas produções culturais, pela escola, pela memória coletiva, pela televisão e pela arte.

MC08 – O cinema português pós-25 de abril: a revisitação do passado como ato de restituição
Ministrantes: Roberta Guimarães Franco e Gabriel Filipe Matos dos Santos
Data: Quinta-feira e sexta feira, entre 8:00 e 12:00

A proposta tem como foco analisar as realizações do cinema português no contexto posterior ao 25 de abril de 1974, quando ocorreu a Revolução dos Cravos, que pós fim aos 48 anos de um regime totalitário de caráter fascista em Portugal. As reflexões em torno das produções cinematográficas partem de uma perspectiva comparativa, levando em consideração a comemoração em 2024 dos cinquenta anos do processo de redemocratização, consequentemente pautadas no conceito de “longa duração” de Fernand Braudel. Nesse sentido, meio século após a Revolução é possível identificar um percurso de formas de usos do passado no cinema, produções documentais e ficcionais que constroem um caráter testemunhal, de âmbito individual e coletivo, acerca do que foram os anos de silenciamento, repressão e manutenção de um imaginário colonialista/imperialista, base para uma ideia de identidade portuguesa a ser defendida pelo Estado Novo. No curso, o objetivo é concentrarmos as reflexões nas produções do século XXI, compreendendo a existência de um afastamento temporal significativo para a exploração de novos temas e técnicas para abordar o passado e seus ecos no presente na sociedade portuguesa, utilizando o conceito de “ato de restituição” do filósofo Didi-Huberman.

MC09 – Virando os anos 1990 de cabeça para baixo: os discursos e representações do Partido Pantera Negra nas obras de Tupac Shakur
Ministrantes: Vinícius Novaes Ricardo
Data: Terça-feira, quarta-feira, quinta-feira e sexta feira, entre 9:00 e 10:40

O Partido Pantera Negra (1966-1982) foi um dos principais movimentos antirracistas nos EUA durante meados do século XX, impactando a política e a cultura estadunidense desde o seu surgimento. Durante os anos 1990, ocorreu um processo de retomada de um conjunto de fundamentos ideológicos defendidos pelos Panteras, que influenciou novos movimentos políticos – por exemplo New Black Panther Party e o Black Panther Militia – e desempenhou uma influência substancial na produção cultural negra dos EUA. O minicurso propõe a investigação da circulação e deslocamento espaço-temporal dos discursos ensejados pelos Panteras em meados do século XX e sua reverberação na produção artística de Shakur durante os anos 1990. Para isso, faz-se necessária a compreensão do ambiente político, cultural e social da população negra dos EUA durante a segunda metade do século XX. Nessa perspectiva, serão explicitadas as permanências e transformações nos dispositivos de racismo institucional ao longo desse período, identificando os acontecimentos históricos que ensejaram no debate público uma aproximação temporal entre os anos de 1960 e 1990. Com intuito de desvelar a historicidade desse processo, foi coligido um conjunto documental para análise composto de fontes escritas, sonoras e audiovisuais dos Panteras e de Tupac Shakur, que fundamentam este trabalho do campo da História Intelectual. O cerne do minicurso é a reflexão sobre as itinerâncias dos discursos e representações, bem como das formas desenvolvidas para mediação dos pensamentos que constituem a tradição radical do pensamento de libertação negra defendida pelos Panteras e retomada por Tupac Shakur.

MC10 – História das esquerdas em perspectiva comparada: os desafios da Revolução no Brasil e em Burkina Faso na década de 1980
Ministrantes: Júlia Soledade Caldas Saud Rodriguez e Bernardo Morais Marques
Data: Quinta-feira e sexta feira, entre 9:00 e 12:00

As recentes instabilidades políticas em Burkina Faso e outros países do Sahel têm atraído olhares de todo o mundo para a região. Na década de 1980, o pequeno país esteve em evidência em virtude da revolução protagonizada por Thomas Sankara, célebre revolucionário, militar e intelectual burquinense que foi presidente de 1983 a 1987, data de seu assassinato. Sankara é uma das lideranças africanas que tem sido cada vez mais lembrada e reivindicada pelas esquerdas, dentro e fora do continente africano – conhecido por suas contundentes posturas contra o neocolonialismo e por medidas tidas como avançadas em relação às mulheres, ao meio ambiente, à saúde e à educação em seu país. O Atlântico, que para nós é apenas um rio, divide o Brasil da África por uma faixa de extensão menor que a do próprio país, quando medido de ponta a ponta. No Brasil a década de 80 chega com o fim da hegemonia pecebista no campo das esquerdas e com a intensificação das lutas pela abertura democrática. O objetivo central deste minicurso é, dessa forma, analisar os dois contextos em perspectiva comparada, examinando como alguns atores das esquerdas do Terceiro Mundo interpretaram e enfrentaram, em nível local, regional e global, os desafios daquele momento. Buscamos compreender os impactos desses eventos em seus programas e estratégias políticas e identificar similaridades e diferenças entre os dois casos. Por fim, almejamos complexificar o entendimento acerca das esquerdas, ressaltando seu caráter heterogêneo e entendendo-as como forças protagonizadas por uma ampla gama de atores, informadas por diferentes tradições intelectuais.

MC11 – Memória, Ditaduras e Transição no Cone sul: as complexidades e os desafios contemporâneos da luta por reparação
Ministrantes: Larissa Vitória Ivo e Hygor Mesquita Faria
Data: Terça-feira, quarta-feira e quinta-feira, entre 8:00 e 11:00

Diante dos 60 anos do golpe que instaurou a ditadura no Brasil, é crucial refletir sobre os desafios atuais na busca por memória, verdade e justiça. Analisando a realidade brasileira sob uma perspectiva transnacional, especialmente em diálogo com os países do cone-sul, surgem urgências relacionadas à justiça e reparação, exacerbadas pelo desmonte das políticas de memória durante períodos de instabilidade democrática na região. Cada contexto nacional, com suas especificidades, oferece uma oportunidade para examinar como as políticas de memória ou esquecimento podem responder às crises políticas e aos complexos laços transnacionais que envolvem a ditadura e a luta pela memória, verdade e justiça hoje. Dessa forma, o minicurso propõe um percurso teórico que se articula com a análise de trajetórias práticas relacionadas à pauta da memória, verdade e justiça, com recortes que sistematizam e abordam questões como a dos indígenas e a da luta das mulheres durante a ditadura militar diante deste cenário. O objetivo, a partir dessas demandas entrelaçadas pela questão reparatória, é estimular reflexões críticas sobre as diferentes formas de se pensar a reparação nesse contexto.

MC12 – Islã e Culturas Políticas no Oriente Médio: dos movimentos proféticos do século VII E.C aos desafios da Modernidade
Ministrantes: Guilherme Di Lorenzo Pires, Alaor Souza Oliveira, Paulo Renato Silva Andrade
Data: Terça-feira, quarta-feira e quinta-feira, entre 8:00 e 12:00

Nas últimas décadas, a relação entre Islã e política tornou-se um tema central nas pesquisas acadêmicas sobre o Oriente Médio, tanto na literatura nacional quanto estrangeira. Conceitos como Islã Político, jihadismo e salafismo têm sido amplamente utilizados — não apenas pela academia, mas também pela mídia —, muitas vezes para descrever fenômenos e, em alguns casos, para interpretar a história de toda a região. Diante da importância da História do Oriente Médio como campo de pesquisa e ensino, este minicurso propõe oferecer uma breve história das culturas políticas da região, desde o surgimento do Islã até os dilemas contemporâneos do século XXI. Guiado pela problematização das múltiplas interpretações sobre a história política do Oriente Médio, o curso se estrutura em torno de uma análise contextual das principais ideias que moldaram a relação entre Islã e política nas sociedades do Oriente Médio, destacando as diferenças e convergências nos pensamentos, vocabulários e momentos históricos.

MC13 – Quem são os sujeitos de Direitos Humanos? Justiça de Transição, Comissão Nacional da Verdade do Brasil e a construção do sentido de vítima de Estado
Ministrantes: Isadora Silva Gomes, Dirson Fontes da Silva Sobrinho e Caroline Rios Costa
Data: Terça-feira, quarta-feira e quinta-feira, entre 8:00 e 12:00

O século XX foi marcado por uma série de eventos de extrema violência e episódios traumáticos que causaram uma ruptura tanto na percepção do tempo quanto em como lidar com as consequências materiais e subjetivas causadas por esses acontecimentos. Ao pensar sobre a relação entre passado, presente e futuro, o desenvolvimento dos estudos sobre Justiça de Transição configura uma importante evidência deste debate. As Comissões da Verdade têm sido um dos instrumentos mais representativos da justiça transicional no Cone Sul. Nesse minicurso, nos centraremos no caso brasileiro analisando, em especial, a criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Podemos observar essa seleção ao analisarmos o conceito de vítima construído pela CNV, principalmente, no caso dos mortos e desaparecidos políticos. Éfundamental nos debruçarmos sobre os marcadores sociais e de raça buscando compreender seu papel na construção da cidadania e, consequentemente, no significado de vítima do Estado. Dessa forma, a proposta deste minicurso é fazer um estudo de caso da Comissão Nacional da Verdade, no contexto da justiça de transição, buscando compreender sua amplitude e limitações.

MC14 – Entre letras, tintas e papéis: paleografia e materialidade
Ministrantes: Marina Oliveira dos Santos e Mateus Freitas Ribeiro Frizzone
Data: Quinta-feira e sexta-feira, entre 9:00 e 12:00

Este minicurso propõe discutir a paleografia a partir de uma perspectiva que valoriza a materialidade dos documentos. Em um primeiro momento serão apresentados e discutidos aspectos materiais relacionados à cultura escrita, desde suportes, instrumentos de escrita, tintas até as posturas do scriptor. Também serão abordadas diferentes formatos de acesso aos manuscritos para pesquisa histórica (originais em papel, microfilmados, digitalizados, fotocopiados), as particularidades materiais de cada uma delas e como elas influenciam na leitura paleográfica. Por fim, serão feitas atividades de leitura de manuscritos em língua portuguesa com orientações básicas sobre paleografia. O minicurso tem como público alvo todos os interessados na leitura de manuscritos em língua portuguesa, que tenham tido ou não contato com a paleografia.

Desejamos a vocês ótimos estudos e muitas trocas!

Atenciosamente,

a Comissão Organizadora do XII EPHIS

Compartilhe nas mídias:

Comente o que achou: